Como Costurar Camisa Social Masculina (parte 1)

Oi pessoal! Vamos mostrar como costurar uma camisa social masculina vamos ver como costurar a pala embutida e fechar o transpasse do abotoamento.

Bora começar? Eu estou usando o tamanho 2 do nosso molde para camisas. Aquele que imprimimos no último vídeo. Se quiser adquirir o seu é só clicar no link aqui embaixo na descrição.

Início

Para começar eu vou precisar cortar uma vez as costas e duas vezes a pala. Se o seu tecido for liso como meu use um alfinete para marcar qual é o lado avesso do tecido e não se confundir depois.

Precisamos unir o direito das costas no direito de uma das palas. Para isso alfinete bem certinho e passe uma costura com 1 centímetro de margem. E é assim que vai ficar.

Etapa 2

Agora vamos unir o direito da outra pala com o avesso das costas, ou seja, costurar a pala no lado contrário ao que acabamos de costurar.

O detalhe é que vamos precisar passar a costura exatamente em cima da que acabamos de fazer. Por isso na hora que for alfinetar, alfinete pelo lado que já tem a costura. Agora é só passar uma costura bem em cima da que fizemos antes.

Teremos então as duas palas costuradas.

Etapa 3

Agora precisamos passar bem para abrir essas costuras e assentar tudo bem
direitinho. Comece vincando uma das palas e depois a outra. Depois de tudo passadinho posicione as costas com o lado direito para cima e separe a pala da frente da pala de trás.

Precisamos fazer um pesponto na pala da frente que pegue também na margem de
costura, mas sem pegar a pala de trás. É só ir ajeitando com cuidado e verificando se a costura está pegando também na margem.

Etapa 3

E é assim que vai ficar. Observe que o lado avesso da camisa não tem pesponto. Ele fica só do lado de fora e aparece também na margem de costura. A próxima parte é unir a frente com as costas pelos ombros.

Deixe a parte das costas com direito para cima e posicione o direito das partes da frente sobre o direito da parte das costas, unindo ombro com ombro. Mas, nessa primeira parte vamos unir apenas a pala da frente pelos ombros deixando a pala de trás sem costurar.

Alfinete direitinho e passe uma costura com 1 centímetro de margem. Tenha certeza de costurar apenas a pala da frente. A pala de trás precisa ficar solta. Até aqui a peça fica assim: os ombros costurados apenas na pala da frente, e a pala de trás solta.

Agora precisamos enrolar toda a camisa da barra em direção à pala. Quando esse rolinho chegar na pala é só trazer a pala de trás para a frente, formando como se fosse um sanduíche.

Daí é só alfinetar ela com os ombros pelo lado que já tem a costura, porque
novamente precisamos passar uma costura bem em cima da costura que já fizemos
anteriormente nos ombros.

Resultado

Olhando assim parece que vai dar tudo errado não é mesmo? O tecido está todo enrolado por dentro.

Mas para resolver isso é só ir puxando com cuidado por um dos lados do sanduíche até colocar tudo para fora. E agora você pode ver que os ombros ficaram totalmente embutidos.

Como você já deve imaginar o próximo passo é passar! Não dá pra pular essa etapa, o uso do ferro na costura é tão importante quanto o da própria máquina!

É ele que faz toda a diferença nos acabamentos! Aproveitando que já estamos na tábua de passar, vamos vincar as dobras do transpasse. Na hora do corte você não pode esquecer dos piques.

Com o avessou para cima, eu vou dobrar a margem no olho, mas se você não tem experiência é só ir medindo de 3 em 3 centímetros com a fita métrica e ir vincando com o ferro.

Depois de vincar a primeira dobra é só fazer a segunda na mesma medida, dos dois lados na camisa. Para finalizar é só passar uma costura para aprender essas obras no lugar.

Até aqui temos o transpasse do botão preparado e as costas e ombros completamente embutidos.

Para dar um detalhe a mais vou fazer um pesponto dos dois lados dos ombros. Esse é o resultado dessa primeira parte.

O capricho faz toda a diferença na costura de uma camisa social.

E aí? Ficou com alguma dúvida? Ansiosa para as próximas partes?

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Tudo o que um estilista precisa saber sobre o mercado de moda

Vira e mexe recebo algum recado falando que a pessoa quer ser estilista e quer saber o que ela precisa saber, ou, ter habilidades específicas para ser estilista então estou fazendo esse vídeo do meu ponto de vista sobre o que eu acho que um estilista precisa saber.

O mercado de moda

Eu estou há seis anos no mercado, já trabalhei com algumas marcas tanto como estilista como consultora também de estilo das marcas né apontando tendências, criando imagens para as marcas, enfim…

Então eu queria falar pra vocês hoje o que eu acho importante de um estilista saber e praticar também.

E eu queria dizer um ponto muito importante, eu tenho conversado com algumas amigas que estão no mercado também e tudo mais, e tudo que isso que eu vou falar pra vocês é independente de marca.

Então você tem que saber que tudo isso aqui é para o crescimento profissional de vocês independente se a marca exige isso de você ou não.

Sobre ser estilista

E se você ainda está querendo ser estilista, estudar pra isso, melhor ainda! Pega seu tempo livre e não canse de praticar tudo o que eu vou falar aqui.

Uma coisa que eu acho que está se perdendo um pouco de quem trabalha com
criatividade, quem trabalha com moda, principalmente a estilista, é uma coisa
que a gente fazia muito quando a gente era criança e queria, por exemplo, fazer
roupa da Barbie e não tinha ideia de como fazia.

A gente simplesmente fazia, colocava a mão na massa. Então acho que hoje em dia falta um pouco dos estilistas colocarem a mão na massa, pegarem e ir cortar o tecido, cortar uma peça.

Eu percebi que a minha criatividade realmente funciona muito melhor quando
eu pego uma peça e quero reformar, quero fazer um Upcycling, e aí eu começa a cortar mesmo sem saber onde vai dar.

É o processo é muito importante, você entender como funciona, entender o que deu errado, aquele corte que deu errado, enfim…

Colocar a mão na massa, fazer bordado, esses trabalhos manuais que precisam ter, eu acho que está faltando e eu acho que a gente era muito mais criativo, por exemplo, na infância.

Quando a gente pegava um retalho aqui e não sabia costurar direito, mas ficava uma roupa que a gente gostava, e, que depois servia para alguma coisa.

Então eu acho que esse processo de trabalhos manuais é muito importante.

Justamente porque exercita nossa criatividade e dali podem sair mil referências para coisas que a gente for fazer nas coleções futuras.

Construção de roupas

A segunda dica já tem tudo a ver com essa primeira porque é você entender sobre construção de roupa:

” Mas Bruna como que eu vou entender sobre construção de roupa? Só estudando modelagem?”

Não só estudando modelagem, lógico que estudar a modelagem e entender como funciona é primordial.

Você não precisa ser uma modelista ou saber fazer uma modelagem, mas você precisa entender como ela é feita e aonde estão os pontos que você precisa mexer para ter o caimento ideal que você quer.

Então a construção de uma roupa diz muito sobre o caimento que ela vai ter.

Então se você quer uma roupa com acabamento impecável você precisa estudar
pra isso. Um jeito muito legal de você conseguir entender como é que as peças são construídas, é desconstruindo elas.

Teste sua criatividade

Então pega uma roupa que você já não usa mais, que você quer entender como ela foi feita, qual é o molde dela e descostura a peça, descostura e depois aproveita e
já faz um Upcycling e costura de novo.

Testa um bordado, testa alguma coisa.

A gente esquece de testar ideias. Então desconstrói uma roupa e constrói de novo.

Construir com a manga em outro lugar. Então saber a construção de uma roupa,
como que ela é feita, a modelagem, a costura.

Entender os tipos de costura, os tipos de acabamentos são essenciais para você conseguir debater com a equipe que você está trabalhando.

Se você não sabe disso você fica a mercê do que eles já sabem e aí a gente fica sempre naquela mesmice, ninguém é desafiado o tempo todo.

Como trabalhei com tricô um tempo, isso aconteceu bastante na fábrica.

Eu queria um acabamento, mas : “Ah, a gente nunca fez.” E eu: “Porque a gente não testa?” E no final do debate a gente conseguia chegar num ponto onde era uma coisa nova pra marca, nova pra coleção, mas que dava certo, entendeu?!

Todo mundo aprende junto.

Então a gente precisa saber como se constrói uma roupa certo?! Isso também está
completamente alinhado com esse próximo conselho/dica que é: conheça a
matéria prima.

Gente, conheça matéria prima principalmente do público que você está trabalhando eu acho que a gente precisa conhecer as matérias primas no geral, para entender tudo o que está rolando, também está rolando de novo, tudo que está acontecendo no mercado.

Ir muito nessas feiras de matéria-prima, aviamento, tecido e aí foca no público
que você está trabalhando.

Se é infantil: quais as inovações então acontecendo no mercado infantil, se você é estilista de couro, ou é tricô.

Qual a matéria prima que sua marca e seu público trabalham e foca no que está acontecendo de novo, no que você pode explorar de retecido, de repente o que você pode explorar com os retalhos desses tecidos.

Então conhecer bem a matéria prima vai ter a noção do que você pode fazer com ela e não ficar sempre na mesma coisa.

E a próxima dica é:

Tenha repertório!

Isso é o essencial do essencial. Tudo que estou falando aqui é essencial, então pega isso e guarda para si, anota e põe em um mural: ” Preciso ter repertório” porque isso é pra vida, para o que você for trabalhar você precisa ter referências e se você
não abre o seu leque de referências, você acaba fazendo as mesmas coisas e olhando pra onde está todo mundo olhando, por isso que as coleções estão cada vez mais parecidas.

Porque todo mundo entra no Pinterest, que é um lugar de referências visuais
da galera da moda.

Todo mundo faz a mesma coisa. E aí não tem referências visuais diferentes, não tem referências intelectuais diferentes para juntar tudo e conseguir colocar e imprimir na sua coleção.

Então vá a exposições, diferentes posições, o que você não tem nem ideia que está acontecendo. Uma vez eu fui numa palestra onde a galera tava falando do SXSW né.

Aquele festival super legal que um dia com certeza irei. E aí eles estavam falando assim, que é muita coisa acontecendo ao mesmo tempo e que não dá tempo de absorver tudo e nem de ver tudo.

O que pode ser né a gente pode fazer um paralelo com a moda, onde está acontecendo um monte de coisa no mundo da moda que a gente não tem tempo pra ver tudo, mas que a gente né tem que conseguir caçar as novidades e aí eles
falaram o grande conselho é: vá nas palestras que você não tem a menor ideia
do que seja.

Então procure exposições, filmes, entre lojas, começa a caçar música, videoclipe, referências visuais do que você não tem ideia, do que não faz parte do seu mundo, o que te tira completamente da sua zona de conforto.

Tem um livro que eu amo, que fala muito sobre isso de colecionar referências e de como você vai usá-las, que é o livro “Roube como um artista” aonde ele fala que todo mundo que trabalha com criatividade na verdade não cria nada do zero
sempre tem as referências, sempre rouba a ideia de alguém.

Então esse livro é muito importante, eu acho que quem trabalha com moda tem que ler porque a gente faz muito isso no mundo da moda, copia.

Inclusive já fiz até um vídeo sobre isso vou deixar ele linkado aqui mas, enfim, vou ler o que eu acho importante de comentar aqui Então, quanto mais referência visual você tiver, quanto mais você souber o que está acontecendo, quanto mais referência de paleta de cores…

Você vai numa exposição e tem mil cores misturadas, você vai ficar com aquilo na cabeça, você vê um filme e os tons que a pessoa usa no filme, os detalhes estão no filme, você vai passear pela cidade e começa a entender sobre as texturas da cidade.

Tudo isso é referência visual e tudo isso vai ficar armazenado aqui para um dia você
conseguir usar.

Além de todas as referências externas da moda que são muito importantes de serem coletadas para a gente não ficar na mesmice.

É importante estudar o que já rolou no moda e o que tá rolando. Então um
outro conselho deste livro, que é muito legal, ele fala assim: pega o seu artista preferido estuda tudo sobre ele, depois você pega e vê quem influenciou esse estilista, esse artista e estuda tudo sobre esse cara.

Então pegue esse estilista que você gosta muito, que você tem muita
referência e faz uma puta pesquisa sobre ele.

E pesquisa não é trabalho de faculdade, não é essa coisa rasa. É você gostar, você entender, você quer saber o que a pessoa pensava, como ela chegou naqueles conceitos e ir a fundo, ter curiosidade. Para ser estilista, você precisa ser curioso, você precisa ser observador.

Então você precisa gostar de buscar essas coisas, acho que quanto mais você souber do mundo da moda é melhor.

Porque você vai chegar em uma reunião e aí a pessoa vai falar:

A gente queria um tom meio safári Yves Saint Laurent que ele fez aquela coleção.

E aí se você não souber pegar na hora, o bonde passou ou ” Eu queria uma foto bem estourada como David Lachapelle.” Não sabe quem é? Também algo o bonde passou.

Então você tem que saber o que está rolando na moda, quem essa galera e o que eles estão fazendo.

Uma coisa que eu fazia muito. Eu não tinha muita noção, mas eu fazia meio porque eu era muito curiosa e tudo o que eu gostava eu gostava de entender o que estava rolando então eu tenho esse caderno.

Gente, ele é velho. Olha, esse caderno eu ganhei em 2011, estava estudando e aí eu pegava a Vogue e escrevia aqui ó nomes para pesquisar e aí eu listava os nomes e o que era, por exemplo: Michael Roberts, ilustrador e stylist.

Então eu tinha que pesquisar sobre ele para entender quem ele era, quais eram as referências dele, quais os trabalhos já tinha feito, como que ele influenciou a moda, qual tinha sido o papel dele e como que eu podia alguma hora agregar isso no meu trabalho, entendeu?!

É isso gente, pesquisem quem são as pessoas do mundo da moda.

Saiba que isso um dia vai te levar à uma entrevista de emprego e você vai precisar falar quais são suas referências, e suas referências não podem ser só tipo Michael Kors, Gucci, isso é referência de todo mundo, vai mais a fundo, de quem
você gosta do trabalho, quem você conhece.

As pessoas reparam isso nas entrevistas então tenha muitas referências e saiba
o que está acontecendo no mundo da moda.

Ah… importante! Além de entender e ter bastante repertório né, a gente falou disso, entender que tá rolando mundo da moda, o que já passou e que está rolando.

É importante você também saber sobre as inovações o que está rolando daqui pro futuro, quais são as previsões, o que as pessoas estão pesquisando, principalmente sobre o mercado onde você trabalha, o que está rolando e o que vai acontecer.

Você precisa saber muito sobre o mercado que você trabalha. Uma vez eu fui prestar consultoria para um e-commerce que tava abrindo e a pessoa virou pra mim e falou: eu queria um e-commerce sobre consumo consciente.

E eu falei: Tá e quais são suas referências no mercado? Para onde você está olhando? E a pessoa não soube me dizer, ela mal sabia o que era consumo consciente, era mais uma tendência, uma vibe que ela tava sentindo, estava rolando então ela não sabia nada e aí eu fui explicando as coisas pra ela, mas esperava que ela já soubesse alguma coisa.

Tenha referências

Então se você fala pra mim que você quer trabalhar com infantil eu penso que você já têm muitas referências de mercado infantil.

E que você sabe do que está falando se você chega pra mim falar quer trabalhar com noivas eu suponho que você já sabe muito sobre o mercado de noivas, certo?

Porque você vai ter curiosidade sobre isso, eu não estou dizendo onde você trabalha agora que você pode gostar ou não gostar.

Estou dizendo aonde você quer trabalhar onde você quer chegar se você chegar nas suas entrevistas dos sonhos hoje você está completa para ela?

Você vai saber o que aconteceu no mercado?

Quais são as referências para onde está todo mundo olhando, pra onde você tá olhando com um olhar diferente, o que você tem a agregar a esse mercado. Então pensar um pouco nisso.

Eu vou fazer você se refletirem bastante nesse vídeo tá é pra vocês verem se vocês
estão entendendo qual é o papel de vocês no mercado.

Último conselho

E o último conselho que eu tenho pra dar pra vocês é saber fazer a adaptação comercial de todas as ideias, de tudo isso que eu falei até agora pra vocês.

Então você vai naquela palestra, naquele workshop maravilhoso de inovação e
tecnologia, como que você vai aplicar isso para a realidade da sua marca, do seu público e do seu produto?

Para os grandes estilistas esse é o maior desafio. Os grandes estilistas sabem trazer a inovação para o produto deles, no mercado deles, para o público deles.

Então é você ter esse tino comercial é muito importante você entender quem é o público, antes de tudo é muito importante e você também tem que ter alguma experiência com o consumidor.

Fica um dia na loja na marca onde você trabalha, que fica observando o comportamento deles.

Eu acho que a gente tem que entender muito do comportamento do nosso consumidor, das necessidades dele pra gente conseguir entregar um produto bom.

E tem todas as adaptações para o comercial porque tem mentes brilhantes que também não conseguem adaptar para o comercial e tem mentes muito comerciais que precisam de mais criatividade.

O ideal é encontrar aquele ponto de equilíbrio sabe onde você consegue unir os dois.

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